Um refúgio nas montanhas em Deià

por Antonella Kann

Pode esquecer ônibus lotados de turistas barulhentos, multidões invadindo calçadas e aquele desagradável frenesi típico dos destinos do turismo de massa. Embora voce tome aquele susto quando o avião aterrissa em Mallorca – um mundo de gente no aeroporto de uma das ilhas mais frenquentada da Europa - rapidinho voce esquece a primeira impressão quando começa a dirigir rumo ao norte, para chegar até o pé das montanhas Tramuntanas.

Nosso destino final era o pequeno vilarejo de Déia, encravado na colina. Por ali não passam caravanas de visitantes e voce se sente meio isolado. O melhor fica por conta de um elegantésimo hotel, o La Residencia, daquele tipo rústico-mega-luxuoso, com interiores de terracota e madeira aparente, suítes imensas com mil amenidades, onde voce se sente como num palácio.










Membro da cadeia Orient-Express, o hotel conta com um spa – e infelizmente não conseguimos sequer agendar uma massagem, pois estava tudo bookado! Uma pena, pois depois de um dia de praia...Sim, quer saber, tinha uma praia pertinho, ou melhor, a cerca de meia hora de caminhada trilha abaixo, por dentro de pastagens e bosques. Chega-se numa praia de pedras com mar calmo, morno e transparente.








Dentro do hotel tem o restaurante El Olivo, sofisticado e onde servem jantar a luz de velas. A comida é fusion, e o autor das iguarias é o chef Guillermo Mendez. O menu gastronômico a € 93 por pessoa ( sem vinho) ou € 163 com harmonização, inclui 7 pratos, entre eles um Turbot com ravióli e um medalhão de lagosta com foie gras.







Embora o dress code fosse de casual a chique, me lembro como se fosse hoje: por ter extraviado a mala no aeroporto de Madrid, estava sem roupa formal. Acabamos jantando em trajes praticamente praianos....Com toda pompa e um serviço gentilíssimo.

Gruyères : uma volta ao passado que acaba em fondue.


por Antonella Kann

Idilicamente situado no topo de uma montanha em miniatura, o vilarejo de Gruyères se destaca no horizonte como uma aparição cênica, digna de uma filmagem de um conto de fadas. A torre do castelo sobressai-se de longe, mas ao mesmo tempo se retrai atrás das muralhas à medida que o visitante se aproxima. Foram 19 condes de Gruyères que viveram nele entre os séculos 11 e 16. Hoje, sem mais nobre ou habitante ilustre, o castelo apenas domina, imponente e grandioso, sobre a paisagem da redondeza.




Como ninguém pode circular de carro em Gruyères, os visitantes são obrigados a estacionar em uma das duas áreas demarcadas, localizadas no pé do vilarejo. Depois, basta uma curta caminhada para entrar na cidade medieval.



Entra-se em Gruyères como se estivesse atravessando o túnel do tempo, deixando do lado de fora o século XX. Protegida pelas imponentes fortificações, a cidade é composta por apenas uma larga rua principal que desce e sobe, uma parte asfaltada e outra calçada de pedra.




Ladeada em ambos os lados por autênticas construções, hoje transformadas em hotéis, restaurantes com terraços ao ar livre, lojas de souvenirs e, é claro, nas residências dos habitantes locais, acaba sendo o local mais animado e concorrido da cidade. Um magnífico chafariz no centro é mais um atributo de charme.





Gruyères é um daqueles típicos cartões postais suíços, e atrai anualmente milhares de visitantes. O programa favorito da maioria, que costuma chegar um pouco antes do meio-dia, é ficar percorrendo o vilarejo, bisbilhotar as lojinhas onde tem biscoitos, queijos, mel, doces, geléias, chocolates, e todas aquelas bugigangas que turista adora.





Depois, é subir até o castelo, explorar as dependências abertas ao público e, no final, almoçar uma típica fondue de queijo, especialidade da região.






Aliás, é bom lembrar que o famoso queijo gruyères é fabricado à proximidade, numa fábrica localizada ao pé do morro, junto ao Museu do Queijo. As suas portas abrem para o público, que também pode assistir de camarote como é manufaturado um dos produtos mais afamado da Suíça.






Apesar de existirem alguns hotéis dentro e fora do recinto pedestre, na realidade algumas horas são suficientes para explorar todo o vilarejo e os pontos de interesse. O movimento nos finais de semana é intenso, e o que se vê sempre são casamentos.

Quem pernoita tem o privilégio de sentir uma atmosfera bem diferente, quando as ruas estão praticamente desertas,quase ninguém circula na praça, o castelo cerrou as suas portas e as lojinhas fecham.