Mercado de San Miguel em Madrid


por Antonella Kann


Às vezes as próprias fotos dispensam apresentação. Acho que é o caso do Mercado de San Miguel, em Madrid, bem centralizado próximo aos locais mais turísticos da cidade ( 3, Calle do Oriente). Começa pela arquitetura do prédio, que é algo impressionante.

Tanto é que a maioria das pessoas que estavam lá dentro perambulando não eram fregueses costumazes que estavam comprando mantimentos para suprir a sua despensa. Eram, sim, turistas como eu que tiravam fotos das frutas, dos peixes, dos frios, do ambiente, da plasticidade dos alimentos dispostos nas prateleiras e do colorido das iguarias.






Muita gente vai lá só para tomar uma caña ou comer um tapa. Claro que não faltam opções, desde comida japonesa ao tradicional pata negra, o jamón tanto aclamado e fatiado com precisão cirúrgica por tarimbados profissionais. Sanduíches, ostras e outros frutos do mar também podem ser saboreados in loco, de pé no balcão. Há também locais com mesas e cadeiras para quem quer praticar o "people watching", algo muito normal nestes ambientes.



































Sempre me agrada entrar em mercados onde as frutas e legumes são tratados como gente grande, dispostos de maneira a chamar a atenção e até fazer você salivar de tão estéticos que ficam. Acabei tomando um suco de melão batido e outro com laranja e maracujá , que estavam uma delicia. Aliás, me lembrou um pouco o Brasil, onde a cada esquina a gente consegue se deliciar com sucos frescos, feitos na hora. O que não é nada comum no exterior.












Lutry, discreto e charmoso porto à beira do Lac Léman


por Antonella Kann
Lutry, minúsculo porto à beira do Lac Léman, espremido entre Lausanne, Pully, Vevey e Montreux, não chega a ser desconhecido, mas não tem um décimo do glamour de seus vizinhos. E também não consta dos lugares recomendados por guias turísticos. Uma pena, porque justamente estes cantinhos escondidos é que mantêm as características genuínas.


Vai ver porque nunca foi palco de eventos musicais, esportivos ou sociais em grande escala e porisso não há multidões perambulando por lá. A atmosfera é de um vilarejo de interior, e mesmo quem passa por ali a caminho de outras cidades não se toca que bem coladinho ao Lac Léman esse pequeno porto também oferece atrações, como um centrinho antigo, só pra pedestres, calçado de paralelepípedos.




E com muitas lojinhas, ótimos restaurantes, confeitarias e terraços acolhedores.



Eu já fui algumas vezes pra lá, não por acaso, mas como destino mesmo : fosse para tomar um chocolate quente em uma das pâtisseries ou comer uma coupe Danemark ( sorvete de creme com calda de chocolate quente, pecadinho tipicamente suíço) ou mesmo almoçar à beira do lago sentada numa mesa em um dos simpáticos terraço, apreciando o panorama.




E, sabe o que mais? Numa das minhas andanças, descobri até mesmo um salão de cabeleireiro excelente, bem na entrada da cidade, a dois passos da marina.




Durante o ano todo, é programa fazer uma bucólica caminhada rente à água por um calçadão exclusivamente pedestre, intercalado por pequenos jardins e bancos para descansar, e se deleitar com a vista da cadeia de montanhas com eternos picos nevados. O Lac Léman é um ícone da Suíça e emoldura várias regiões.





A marina, verdadeiro cartão postal, é cercada por um quai ( calçadão) arborizado, e abriga centenas de veleiros e embarcações pequenas. Ah, em tempo: nos meses mais quentes, dá até pra dar um mergulho nas águas limpinhas do lago. Tem muretinhas e escadinhas em alguns pontos estratégicos e mesmo as pedras podem servir de apoio.






Uma dica: quem quiser fazer um passeio de barco pode pegar o ferry que faz o percurso pelas cidades à beira do Léman. E´ só ir até o “ponto” no cais, aguardar a sua chegada e embarcar para voltar a Lausanne ou até mesmo ir até Genève.









































Croissant, o rei dos pães

por Antonella Kann
Acabou o pão? Corre uma lenda sobre esta pergunta que teria sido feita por uma famosa rainha francesa diante da falta do alimento básico para o seu povo. “Então que comam brioche”, solucionava Marie Antoinette, que acabou perdendo a cabeça em praça pública, mas, acredito que não tenha sido por deixar de recomendar algo muito mais apetecedor – o croissant. Devia, né, já que foi ela quem introduziu e popularizou a iguaria na França em 1770. No caso, ela era austríaca de Viena, lugar de origem do croissant. E, história à parte, quem foi que disse que só se come um bom croissant em Paris? Olha, um dos melhores que já degustei foi no café da manhã do hotel Mandarin Oriental em Londres. De comer ajoelhado. Mas, também devorei uns maravilhosos no hotel da Lapa em Lisboa. O segredo? Simples : tudo é da massa folheada, mas vai fazer ! Tem que ser muito feeeeeeeeera na cozinha, como já afirmaram. Ah, na Suíça, pode procurar a padaria Taillens, no resort de esqui de Crans sur Sierre, só para comer este croissant feito nos Alpes. Em Madrid, onde costumo passar temporadas prolongadas, faço uma verdadeira peregrinação para cair com dignidade no pecado da gula e acumular calorias ( cerca de 500 por mordida) sem culpa – afinal, no Brasil faço questão de esquecer da existência daquilo que considero o “reis dos pães”...Sendo assim, recomendo dois lugares na capital espanhola para se comprar um fresquinho, crocante, daqueles que derretem na boca e dispensam qualquer acompanhamento: No Cacao Sampaka ( Calle Orellana, 4 Mº Alonso Martinez) e Le Pain Quotidien (Calle Fuencarral,95). A unidade custa em torno de € 1.40 -€1.90. Mas, o que não vale um suculento croissant?