Reykjavik, a baía da fumaça

por Antonella Kann

Reykjavík. Esta cidade não figura nem entre as 51 listadas na seção de meteorologia dos grandes jornais nacionais. Para conseguir pronunciá-la, dá até nó na língua. Mas não pense que é um elo perdido ou um lugar no meio do nada. Trata-se da capital da Islândia, uma ilha localizada na parte mais ao norte do planeta, e que está entre as nações que possuem as menores densidades demográficas, com apenas 278 mil habitantes ocupando 103 mil quilômetros quadrados. Ou seja, menos gente do que em muitos bairros brasileiros. Destes, 170 mil pessoas moram em Reykjavík e o resto se espalha pelas pequenas cidades e povoados que formam um cinturão em volta da ilha.
No meio, não mora ninguém. Sequer construíram estradas. Até por que seriam intransitáveis na maior parte do ano, quando a neve encobre toda a superfície.

No verão, vai à Islândia quem quer ver o sol da meia-noite. Mas o banho quente nas águas da Lagoa Azul é um programa turístico para qualquer idade. E vale para qualquer época do ano.


Em janeiro, chega a outra turma que prefere assistir à aurora boreal, um fenômeno meio fantasmagórico também conhecido como as luzes do norte – ondas de luzes verdes e roxas tingindo o céu estrelado.


Mas o clima é sempre incerto, e a partir de outubro os dias vão encurtando até quando apenas uma tímida luminosidade penetra pela densidão das nuvens durante o inverno rigoroso.



À beira do Atlântico azulado, rodeada por montanhas, Reykjavik é composta de centenas de casinhas multicoloridas, entre as quais despontam algumas torres de igreja. Um charme só. Atrás da Prefeitura, uma das poucas edificações modernas, o lago Tjörn é um reduto de cisnes e patos que saem da água para vir comer na palma da mão. O cenário parece mesmo uma pintura.

Entre as maiores atrações, podemos nos banhar nas águas quentes da famosa Lagoa Azul, admirar imensos geysers e quedas d´água e ainda fazer um passeio pelos campos montando o minúsculo islandês, um cavalo típico de lá e cuja passadinha parece a de um mangalarga marchador.